| | | |
Titulo Principal |
|
Filosofia/história1 |
|
|
Secam as fontes e os rios, ardem as searas e a nossa casa e as árvores nuas amaldiçoam o céu, sem sabermos porquê.
Morrem os jovens antes de se amarem e os poetas com os poemas inacabados e as crianças olhando espantadas para o céu, sem saberem porquê.
Um vento noturno deixou insepultos ventres e seios e desejos de maternidade nunca realizados, e secou risos e cantares subindo para o céu, sem sabermos porquê.
Andam as guerras pelo mundo: somente possuímos uma voz, uma voz e essa voz não se calará e nós sabemos porquê! |
Tomaz Kim, Campo de Batalha |
|
|
|
Muitos foram os intervenientes em toda a história da Primeira Guerra Mundial, salientando-se os russos, os franceses, os americanos, os ingleses e os austro-húngaros. Em baixo estão apresentadas algumas, das suas biografias (por ordem alfabética).
Allenby, Edmund Henry Hynman (1861-1936) - Marechal inglês, comandante das forças britânicas da Palestina em 1917-1918, tomou Jerusalém e Damasco. Alto-comissário no Egipto (1919 a 1925), coube-lhe aplicar o Tratado anglo-egípcio de 1922.
Brussilov, Aleksei (1853-1936) - General russo que ficou célebre pela sua ofensiva na Galícia (1916). Generalíssimo em 1917, aderiu ao regime dos soviéticos.
Clemenceau, George (1841-1929) - Político orador e escritor francês. Foi um dos chefes do Partido Radical e fez parte das várias Câmaras, combatendo a política colonial e movendo duras campanhas, que provocaram a queda de vários gabinetes. Foi cognominado o Tigre, pelo seu espírito combativo, tornando-se em 1906 presidente do Conselho, cargo que ocupou até 1909. No início da Primeira Guerra Mundial ocupava o lugar de presidente da Comissão do Exército, tendo demonstrado um patriotismo inquebrável e propondo a formação de um governo nacional que pudesse conduzir a França à vitória. Chamado de novo à presidência do Conselho em 1917, acumulou também o cargo de ministro da Guerra, actuando com uma grande energia e contribuindo bastante para a derrota da Alemanha e dos seus aliados. Foi chamado o Pai da Vitória, sendo-lhe concedido o título de benemérito da Pátria. Participou nas negociações do Tratado de Versalhes, nas quais adoptou uma posição intransigente para com a Alemanha, a fim de evitar o perigo de uma nova ameaça para a França. Após a sua derrota nas eleições presidenciais de 1920 abandonou a vida política.
Ferdinando, Francisco (1863-1914) - Príncipe e arquiduque da Áustria-Hungria. Era sobrinho do Imperador Francisco. Casou com a condessa Sofia Choteck contra a vontade do tio. As suas ideias políticas nunca chegaram a ser postas em prática pois, foi assassinado em Sarajevo, na Bósnia, por um estudante de nome Jarilo Prinzip. Este incidente é apontado como uma das causas próximas do desencadear da Primeira Guerra Mundial.
Foch, Ferdinand (1851-1929) - Marechal francês e importante figura da Primeira Guerra Mundial. Em 1914 tem a seu cargo o 20º corpo de exército, passando depois a comandar o 9º exército. Em 1916 é escolhido para comandante dos exércitos do Norte, no mesmo ano passa a chefe do Estado-Maior do Exército francês e em Abril de 1917 é nomeado comandante-chefe das forças aliadas. Participa nas batalhas do Marne e obtém êxitos notáveis nas de Charmes, Aisne, Vesle, Saint-Gond, e na ofensiva do Somme. Em Novembro de 1918 recebe os plenipotenciários alemães que, a 11 desse mês, assinaram o Armistício. Autor de: Des Principes de la Guerre e De la conduite de la Guerre.
Franchet D'Esperey, Louis (1856-1942) - Marechal da França que comandou o 1º corpo de 1914. Comandante-chefe das forças aliadas do Oriente (1918), rompeu a frente da Macedónia (Setembro), forçou os búlgaros a pedirem o armistício e levou os aliados até ao Danúbio e de Belgrado à fronteira romena. Inspector das forças da África do Norte de 1923 a 1931.
Guilherme II (1859-1941) - Imperador da Alemanha que afastou Bismark, governando ele próprio o país. A sua política externa, extremamente agressiva, conduz ao bloqueio alemão por parte de Inglaterra, França e Rússia, aos quais declarou guerra em 1914. É derrotado, o que o leva a renunciar ao trono. Retira-se para a Holanda.
Hindenburg, Paul von Benekendorf und von (1847-1934) - Militar e político alemão que ficou célebre na história da Primeira Guerra Mundial. Combateu na guerra franco-prussiana em 1871. Estando no comando do oitavo exército alemão, infligiu uma pesada derrota às forças russas, em Tannenberg, tendo-lhe por isso sido atribuído o título de marechal-de-campo e o título de comandante da frente oriental. De 1919 até à data em que faleceu, foi presidente da República. Em 1933, Hindenburg, a conselho de um político seu amigo, de seu nome Von Papen, convidou Hitler para chanceler.
Jellicoe, John (1859-1935) - Almirante inglês, especialista em artilharia naval. Almirante da frota do Atlântico, comandou os encontros do mar do Norte e na batalha da Jutlândia (1914-1916). Foi primeiro-lorde do Almirantado e governador da Nova Zelândia.
Joffre, Joseph (1852-1931) - Marechal francês, figura destacada da Primeira Guerra Mundial. Obteve a decisiva vitória no Marne em 1914 e iniciou depois uma guerra de desgaste contra os alemães, como comandante supremo dos exércitos franceses. Em 1917, foi enviado em missão aos Estados Unidos, preparando o envio de tropas americanas para a França.
Lloyd, George David (1863-1945) - Político britânico de origem galesa, foi deputado a partir de 1890 e representou a ala esquerda do partido liberal, de que se tornou líder. No Parlamento, defendeu o nacionalismo galês e o não-conformismo religioso, combateu o capitalismo e o imperialismo (durante a guerra dos bôeres), e mostrou-se partidário de reformas avançadas, que a sua designação para o posto de ministro das Finanças lhe permitiu realizar (1908-1915). Em 1911 fez votar uma lei sobre os seguros sociais e viu o seu projecto de aumento do imposto sobre a renda e as sucessões chocar-se com violenta oposição dos conservadores. Respondeu com uma lei parlamentar que restringiu os poderes dos lordes. Durante a Primeira Guerra Mundial, desempenhou o papel preponderante de ministro das Munições (1915-1916), e, depois da Guerra, desempenhou o papel de chefe de Governo (1916-1922). Conduzido com energia o comando da guerra, reforçou a coordenação com os Aliados, impondo ao Estado- -Maior a unidade de comando sob as ordens de Foch (1918) e mostrou-se hábil negociador quanto ao tratado de Versalhes. Teve grande popularidade desde então, mas a sua aliança com os conservadores dividiu definitivamente o partido liberal, cuja decadência se acelerou. Reconhecendo o Estado Livre da Irlanda em 1921, Lloyd George pôs fim à crise irlandesa, mas abandonado pelos seus partidários conservadores, teve que se demitir.
Ludendorff, Erich von (1865-1937) - Militar alemão, considerado o melhor estratega do seu tempo, serviu no Estado-Maior e chefiou as operações na Primeira Guerra Mundial. No Parlamento alemão dos anos 20 viria a defender o nacional-socialismo e a exterminação dos judeus.
Orlando, Vittorio Emanuele (1860-1952) - Político italiano, várias vezes ministro de 1903 a 1917, tornou-se presidente do conselho de Outubro de 1917 a Junho de 1919. Participou na Conferência de Paz (Abril-Maio de 1919) e desempenhou uma importante função na elaboração do pacto da S.D.N. Em seguida opôs-se a Mussolini.
Pétain, Philippe (1856-1951) - Marechal da França. Encontrava-se em vésperas de passar à reserva como coronel quando rebentou a Primeira Guerra Mundial. A partir de Fevereiro de 1916, vê-se na incumbência de defender Verdun, missão que desempenha heroicamente. Em 1917 é nomeado comandante chefe dos exércitos do Norte e do Nordeste e consegue, em circunstâncias desfavo- ráveis e penosas para o seu exército, levantar a moral dos homens e conduzir a ofensiva geral na Primavera de 1918. No mesmo ano recebe o bastão de marechal de França. Em 1925, brilha nas campanhas de Marrocos contra Abd-el-Krim. Em 1940 assume a chefia do Governo e, confrontado com o caos em que se encontrava o Exército francês, resolve capitular em Julho de 1940 assinando um armistício com os alemães. À cabeça do governo colaboracionista de Vichy, cedeu às exigências alemães. Em 1944, foi preso pelos Aliados, e De Gaulle fê-lo julgar sob a acusação de traição. Morreu na prisão.
Wilson, Thomas Woodrow (1856-1924) - Esta- dista norte-americano, advogado, presidente da universidade de Princeton (1902), tornou-se o líder do partido democrata. Governador de New Jersey (1910), foi eleito, em 1912, presidente do E.U.A. à guerra junto dos Aliados. Reeleito, Wilson esforçou-se por prolongar a paz na Europa, a partir de 1919, nela aplicando um sistema de segurança colectiva. Todavia, apesar de ter sido o criador da Sociedade das Nações, não conseguiu obter a adesão dos seus concidadãos ao seu ideal. Em 1921, teve de deixar o poder aos republicanos.
CONFERÊNCIAS DE PAZ
No período pós-guerra, várias conversações de paz foram feitas, mas, a atitude dos E.U.A., o desentendimento entre as potências aliadas e as revoluções na Europa central retardaram e complicaram-nas. Das várias conversações de paz feitas, salientam-se as seguintes:
Tratado assinado no dia 28 de Junho de 1919 entre as potências aliadas vencedoras da Primeira Guerra Mundial e a Alemanha derrotada que, além de pesadas indemnizações, teve que se submeter a condições extremamente duras, tais como: a cessão da Alsácia-Lorena à França, da Alta Silésia, da Prússia Ocidental, de Poznan, de Hiucin, de Memel à Polónia, e Eufen e Malmédy à Bélgica; a cessão à recém criada Sociedade das Nações da região industrial do Sarre; a conversão de Dantrig (actual Gdansk) em cidade livre; a entrega das colónias em regime de mandato à Bélgica, França, Grã-Bretanha, África do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Japão; a limitação dos efectivos do exército a 100.000 homens; a proibição de fabricar material bélico; a eliminação do Estado-Maior; a ocupação do Reno, pelas forças aliadas, por um período de 15 anos.
- TRATADO DE SAINT-GERMAIN-EN-LAYE
Tratado assinado no dia 10 de Setembro de 1919 entre os Aliados e a Áustria, ratificando o desmembramento da antiga monarquia dos Habsburgos, que ficou reduzida às zonas em que se falava o alemão. A Itália ficou com o Tirol, a Ístria e o Trieste, assim como algumas ilhas dálmatas, a Jugoslávia com a Dalmácia, parte da Carníola e da Coríntia, e a Polónia com a Galícia.
Tratado assinado no dia 27 de Novembro de 1919 em que a Bulgária reconhecia o novo Estado da Jugoslávia e cedia à Grécia a região da Trácia.
Tratado assinado no dia 4 de Junho de 1920, forçava a Hungria a reduzir o seu exército a 35.000 homens e a ceder território à Jugoslávia, Checoslováquia e Roménia.
Tratado assinado no dia 10 de Agosto de 1920, levava a Turquia a ceder grandes territórios à Grécia, a conceder a autonomia ao Curdistão, a independência à Arménia e a renunciar vastas parcelas de território a favor do Egipto, da Síria, da Arábia e da Palestina.
Tratado assinado no dia 12 de Novembro de 1920 em que a Dalmácia passava a pertencer à Jugoslávia e Fiume se convertia em estado livre.
Tratado assinado no dia 24 de Julho de 1923 entre a Turquia e os Aliados, veio substituir o Tratado de Sèvres. Suprimiu as capitulações e regulamentou a passagem de navios nos Estreitos.
- TRATADO DE BREST-LITOVSKI
Tratado assinado no dia 3 de Março de 1918 entre a Alemanha e os Russos, teve o papel de por fim à participação russa na 1ª Guerra Mundial.
- SOCIEDADE DAS NAÇÕES (SDN)
Organismo político criado entre os Estados signatários do Tratado de Versalhes, em 1920 e implantado no ano seguinte na cidade Suíça de Genebra. Tinha como objectivo promover a cooperação entre as nações para garantir a paz e a segurança mundial. Era constituída por dois órgãos deliberativos: o Conselho e a Assembleia Geral. Tinha um carácter restrito, agrupando as potências coloniais imperialistas, o que fez com que degenerasse uma assembleia de repartição de territórios. Mostrou-se incapaz de resolver os conflitos mais graves que conduziram à Segunda Guerra Mundial. Foi oficialmente dissolvida após a derrota do Eixo e substituída pela ONU - Organização das Nações Unidas -, em 1946.
CRONOLOGIA
1914
28 de Junho - O arquiduque Francisco Ferdinando e a esposa são assassinados em Sarajevo.
23 de Julho - A Sérvia responde ao exigente ultimatum da Áustria-Hungria cedendo em quase todos os pontos.
28 de Julho - A Áustria-Hungria declara a guerra.
30 de Julho - Mobilização geral russa.
31 de Julho - Ultimatum alemão à Rússia e à França.
1 de Agosto - Mobilização geral na Alemanha e na França. A Alemanha declara guerra à Rússia.
2 de Agosto - Ultimatum alemão à Bélgica, país neutral.
3 de Agosto - Declaração de guerra da Alemanha à França. Declaração de neutralidade da Itália.
4 de Agosto - Invasão da Bélgica pelo exército alemão. A Inglaterra declara guerra à Alemanha.
18 de Agosto - Ofensiva alemã contra a Bélgica. Ofensiva russa contra a Prússia Oriental.
Setembro - O exército francês, comandado por Joffre, trava no Marne o avanço alemão, ao mesmo tempo que a frente ocidental se estabiliza numa guerra de trincheiras. Hindenburg derrota os russos em Tannenberg.
Outubro - A Turquia junta-se aos impérios centrais.
1915
Fevereiro - Ofensiva aliada, infrutífera.
Maio - A Itália junta-se aos aliados e ataca a Áustria-Hungria.
Outubro - A Bulgária junta-se aos impérios centrais. Desembarque aliado em Salónica.
Novembro - A Sérvia é completamente derrotada na planície de Kosovo Polje.
1916
Fevereiro - Ofensiva alemã em Verdun.
Junho - A Rússia ocupa a Bucovina e a parte oriental da Galícia, mas sofre perdas enormes (2 milhões de homens) na prolongada ofensiva.
Julho - Os britânicos iniciam a ofensiva do Somme e sofrem baixas tremendas.
Agosto - A Roménia junta-se aos aliados. Hindenburg e Ludendorff tomam o poder na Alemanha.
Dezembro - Lloyd George é nomeado primeiro-ministro do governo britânico e coligação.
1917
31 de Janeiro - A Alemanha inicia a guerra submarina contra a navegação mercante.
Março - Início da Revolução Russa.
6 de Abril - Os Estados Unidos da América declaram guerra à Alemanha.
Outubro - A Alemanha ajuda a Áustria-Hungria na guerra contra a Itália e vence em Caporetto.
Novembro - Na Rússia triunfa a «Revolução de Outubro». Em França, Clemenceau sobe ao poder.
1918
3 de Março - Tratado de paz de Brest-Litivsk entre a Alemanha e os soviéticos. A Alemanha lança a sua ofensiva na frente oriental.
Maio - Tratado de paz dos impérios centrais com a Roménia.
Julho - O contra ataque aliado, comandado por Foch, detém os alemães no Marne.
8 de Agosto - As linhas alemãs são rompidas no Somme.
29 de Setembro - A Bulgária rende-se.
30 de Outubro - A Turquia rende-se.
11 de Novembro - A Alemanha assina o armistício.
1919
28 de Junho - A Alemanha assina o tratado de Versalhes (perde a Alsácia-Lorena, o norte de Schleswig, a Alta Silésia e as colónias). A Áustria-Hungria é dividida em estados independentes.
10 de Setembro - É assinado o tratado de Saint-Germain-en-Laye.
27 de Novembro - É assinado o tratado de Neuilly.
1920
4 de Junho - É assinado o tratado de Trianon.
10 de Agosto - É assinado o tratado de Sévres.
12 de Novembro - É assinado o tratado Itálo-Jugoslavo.
|
MAPAS
José Nogueira dos Reis - Rua da Barreira - 5070/411 |
As alianças europeias e os principais pontos de tensão antes da I Guerra Mundial |
As frentes da Guerra - para além das principais áreas onde se desenrolou o conflito, pode-se também observar a localização das principais batalhas terrestres e marítimas |
A Europa e o Médio Oriente após a guerra |
|
DESENROLAR DA GUERRA
1914 - O FRACASSO DO PLANO ALEMÃO
Violando a neutralidade estabelecida pela Bélgica, os alemães inicialmente apoderaram- -se de Liège, de 7 a 16 de Agosto, depois de Charleroi, de 21 a 23 de Agosto, e de Mons, em 23 de Agosto. Em seguida, ganharam a batalha nas fronteiras francesas, principalmente na Lorena (Morhange) e nas Ardenas, de 20 a 23 de Agosto, forçando depois os exércitos franceses e o britânico de French a baterem em retirada, primeiro até ao Aisne e depois para o sul do Marne. Mas, de 6 a 13 de Setembro, Joffre, auxiliado por Gallieni, governador de Paris, conseguiu, com a sua vitória no Marne, deter a invasão, o que provocou a substituição de Moltke por Falkenhayn, a 14 de Setembro. Após os combates da Corrida para o mar e do Conflito de Flandres de Setembro a Novembro, nos quais se distinguiu Foch, coordenando, em nome de Joffre, a resistência belga, britânica e francesa, fez estabilizar uma frente de 750km, desde o mar do Norte até à Suíça.
FRENTES RUSSAS: Na Prússia oriental, os russos, tomando a ofensiva, foram detidos por Hindenburg em Tannenberg, a 25 de Agosto, mas, na Galícia, apossaram-se de Lvov, a 3 de Setembro, e obrigaram os austro-húngaros a capitular nos Cárpatos, onde a frente se estabilizou. Na Sérvia, os austro-húngaros foram rechaçados em todos os pontos, e os sérvios recuaram até Belgrado, a 13 de Dezembro.
GUERRA NAVAL: Os Aliados que tinham a hegemonia graças à Grã-Bretanha, adquiriram o domínio dos mares e impuseram-se em bloco aos impérios centrais, aos quais desejavam com muita ansiedade "asfixiar". Depois de ter combatido os ingleses ao longo do cabo Coronel no 1º de Novembro, a esquadra alemã do Pacífico (M. von Spee), permanecendo isolada no mar, foi destruída em Falkland no dia 8 do mês de Dezembro.
NATAL DE 1914: Sem conseguir obter pelas armas a decisão rápida esperada no oeste, a Alemanha teve que aceitar uma frente oriental, mas conservando ainda a ofensiva. A França, cujas ricas províncias do norte e do leste foram ocupadas, viu decrescerem os seus potenciais humanos e económicos. Perdeu, primordialmente, 93 altos- -fornos de um total de 123, 90% do seu potencial mineral de ferro e 40% do carvão. Estabeleceu-se uma guerra de tipo totalmente novo, que envolvia o conjunto das populações. Ela se prenunciava como prolongada e integral, nos planos económicos, diplomáticos e principalmente morais.
1915 - O ANO INDECISO
Ao constatar o fracasso do plano Schlieffen, Falkenhayn decidiu eliminar inicialmente a Rússia, para voltar-se em seguida contra a França e a Grã- -Bretanha. Em Maio, os alemães, ajudados no sul pelos austro-húngaros, infligiram um golpe decisivo aos russos em Gorlice, na Galícia, obrigando-os assim a evacuar a Polónia e a restabelecerem-se, em Setembro, numa linha que ia desde Riga até à fronteira romena que cujo nome era Ychernovtsy.
NOS BALCÃS: A operação deflagrada pelos Aliados, em Fevereiro e Março, a pedido da Grã- -Bretanha e estimulada por Churchill, visando a forçar passagem pelo estreito de Dardanelos, apoiar os russos e isolar os turcos, que há algum tempo ameaçavam o canal de Suez, representou um fracasso. A Bulgária, entrando na guerra a 5 de Outubro, provocou a derrocada da Sérvia, conquistando-a. Finalmente, os Aliados desembarcaram em Salónica, em Outubro, numa Grécia neutra, mas dividida entre simpatizantes dos Aliados (Venizelos) e dos alemães (o rei Constantino e o seu cunhado Guilherme II).
A OESTE: Tratava-se sobretudo, para os franceses, de libertar seu território, conseguindo "furar" uma frente que passava a 90km de Paris. Contudo, os ataques ocorridos em Champagne, em Fevereiro, Março e Setembro, e em Artois, em Maio e Setembro, fracassaram. Estes foram extremamente violentos, especialmente para a infantaria francesa, mas, ao manter dois terços das forças alemãs a oeste, contribuiram para evitar a derrocada russa.
GUERRA NAVAL E OUTRAS FRENTES: A ofensiva submarina alemã, que em 1914 começara a lançar-se contra o bloqueio e a arruinar o comércio britânico, foi oficialmente deflagrada em Fevereiro de 1915. Mas, os protestos americanos, devido ao torpedeamento, em 7 de Maio, do navio britânico Lusitânia, que transportava passageiros norte-americanos, obrigaram a Alemanha a adiar, no momento, aquela forma de guerra. A entrada da Itália em cena, ao lado dos Aliados e ao declarar guerra à Áustria-Hungria, em 20 de Maio, provocou a formação de uma nova frente, que ia do Trentino ao Karst. Em Julho, os ingleses ocuparam todo o Sudoeste Africano pertencente à Alemanha.
BALANÇO: A Alemanha conseguiu afastar muito bem qualquer perigo que ameaçasse sua frente de leste, mas a Rússia continuava a resistir; o czar recusou por três vezes as ofertas que os alemães lhe propuseram de uma paz em separado, o que levou Berlim, a partir daí, a aceitar a Revolução Russa. As iniciativas dos Aliados foram decepcionantes, o que os fez considerar indispensável coordenarem seus esforços. Um primeiro passo neste sentido foi obtido por Joffre na conferência interaliada de Chantilly, em Dezembro.
1916 - O ANO DE VERDUN
Falkenhayn, tendo decidido deixar a situação "apodrecer" na Rússia, decidiu eliminar o exército francês, instrumento da força britânica no continente e que considerava seu princi-pal adversário. Assim, de 21 de Fevereiro até meados de Agosto, os alemães procuraram uma solução em Verdun através do esgotamento dos recursos humanos do exército francês, os quais, durante uma luta de trincheiras sangrenta, resistiram vitoriosamente sob o comando dos generais Pétain e Nivelle. De Outubro a Dezembro, as contra-ofensivas de Mangin libertaram toda a cidade (retomada de Douaumont e de Vaux). Esta batalha não impediu Joffre e Haig de deflagrarem, de Julho a Outubro, uma ofensiva contra o Somme, onde os ingleses utilizaram tanques de guerra pela primeira vez, em Flers, em 15 de Setembro.
A LESTE: Para socorrer Verdun e permitir a ofensiva aliada no Somme, os russos, comandados por Brussilov, obtiveram, na Galícia e em Bucovina, de Junho a Agosto, uma brilhante vitória, que seria a última do exército do czar. Ademais, a entrada da Roménia na guerra, do lado dos Aliados, a 28 de Agosto, pôs em perigo o abastecimento de trigo e petróleo da Alemanha, provocando a substituição de Falkenhayn. Hindenburg e Ludendorff substituiram-no, encarregando-o da conquista da Roménia (o que fez em três meses), enquanto, em Verdun, decidiram passar à defensiva.
O IMPASSE DA GUERRA DE DESGASTE: Nos Balcãs, o exército sérvio, recomposto em Corfu, atacou e invadiu Monastir (Bitola, a 19 de Novembro), enquanto os Aliados estavam na Macedónia. No Médio Oriente, o rei Husayn, do Hedjaz, aconselhado pelo inglês Lawrence, sublevou a Arábia contra os turcos. Estes forçaram os ingleses a capitular em Kut al-'Amara, a 28 de Abril, e reiniciaram os ataques a Suez. Na Alemanha, a oposição de Bethmann-Hollweg, que se negava a admitir o aumento do número de inimigos do Reich, impediu o reinício da guerra submarina. A frota alemã de alto-mar, comandada pelo almirante Scheer, enfrentou a "Grande Armada" britânica de Jellicoe na Jutlândia, a 31 e Maio. Apesar do seu relativo êxito, os alemães nunca mais ousaram lançar sua frota ao mar. Além disso, para eles, apenas uma utilização intensa de submarinos poderia ser decisiva. No final de 1916, apesar do seu fracasso em Verdun, a Alemanha conservava ainda a ofensiva, procurando obter a decisão através de outras formas de guerra. Em ambos os campos, as perdas tinham sido consideráveis e as crises de comando constituiram a consequência dessa guerra de desgaste. Todas as esperanças alemãs se depositaram em Hindenburg e, na França, Joffre teve de ser substituído por Nivelle, em Dezembro.
1917 - O ANO INTRANQUILO
Diante da atitude defensiva dos alemães, que, por medida de economia, encurtaram as suas linhas, em Fevereiro, Nivelle convenceu os ingleses da ideia de uma grande ofensiva que, rompendo a frente francesa, trouxesse enfim a decisão da guerra. Foi o completo fracasso de Chemin des Dames, a 16 de Abril, que determinou uma grave crise tanto na França quanto no seio do seu exército. Pétain, tendo substituído Nivelle, em 15 de Maio, contornou- -a com uma compreensão humana igual à sua firmeza, e conseguiu deflagrar vitoriosamente alguns ataques limitados diante de Verdun, em Agosto, e em Malmaison, em Outubro. De seu lado, os ingleses infligiram duros ataques ao redor de Ypres, de Junho a Novembro, e depois em Cambrai, em Novembro, onde empregaram 400 tanques.
O CESSAR-FOGO DA FRENTE RUSSA: A primeira revolução de Petrogrado terminou com a abdicação do czar, a 15 de Março. Os governos do príncipe Lvov, procuraram continuar a luta junto aos Aliados, mas o exército russo debandou em Bucovina, em Julho, e os alemães apossaram- -se de Riga, a 3 de Outubro. A tomada do poder por Lenine e os bolcheviques, em 7 de Novembro (revolução dita "de Outubro"), provocou a abertura de negociações com Berlim. Estas levaram, em 15 de Dezembro, à assinatura do armistício-tratado de paz de Brest-Litovsk, que constituiu uma grande vitória para a Alemanha.
CAPORETTO: Os alemães reforçaram as suas investidas contra os italianos, a fim de reintroduzir na guerra uma Áustria exaurida e abalada devido à oferta feita pelos Aliados ao imperador Carlos de uma paz em separado (transmitida por seus cunhados, os príncipes de Bourbon-Parma). Vencidos em Caporetto, a 24 de Outubro, os italianos recuaram até ao Piave, onde puderam reconstituir-se com a ajuda de um corpo franco-britânico (Fayolle). No Médio Oriente, os ingleses apossaram-se de Bagdad, a 11 de Março, e de Jerusalém, a 9 de Dezembro.
A OFENSIVA SUBMARINA ALEMÃ: Para dobrar a Grã-Bretanha, Guilherme II desencadeou no 1º de Fevereiro, uma guerra submarina decisiva, aceitando assim deliberadamente a entrada dos E.U.A. na guerra, concretizada em 2 de Abril. As perdas da força naval dos Aliados foram imensas (900.000t. em Abril, um recorde jamais alcançado durante a Segunda Guerra Mundial), e vitória dos submarinos alemães prolongou-se até ao inverno (70 no mar contra 130 em reparos), sem contudo conseguir abater a Grã-Bretanha.
BALANÇO: Os alemães eliminaram a frente russa, mas com o êxito da sua ofensiva submarina não foi decisivo. Na França, a crise moral e política que se seguiu à dos exércitos levou Poincaré a confiar, em Novembro, o governo a Clemenceau. O programa deste era: "Eu faço a guerra". Para os Aliados, o exército norte-americano ainda não estava preparado para intervir, mas a ajuda dos E.U.A. já se fazia sentir directamente nos domínios naval, económico e financeiro. Se desejassem a vitória, os alemães deveriam, portanto, terminar a guerra o mais breve possível.
1918 - A VITÓRIA DOS EXÉRCITOS DE FOCH
O plano de Ludendorff era decidir a guerra na França antes do verão, isto é, antes do desenvolvimento maciço dos norte-ameri- canos. Como necessitava de cerca de 700.000 homens que estavam na frente leste, Ludendorff obrigou a Ucrânia e a Rússia (tratados de Brest-Litovsk de 9 de Fevereiro e de 3 de Março), depois da Roménia (tratado de Bucareste, em Maio, na Picardia), a abrir uma brecha de 20km entre os exércitos franceses e britânicos. Esta brecha ameaçou Amiens. Diante do perigo, Lloyd George e Clemenceau confiaram o comando único a Foch, em Doullens, a 26 de Março. Este, coordenando a acção de Haig e Pétain, salvou Amiens. O general-chefe conseguiu depois resistir às novas investidas de Ludendorff nas Flandres, em Abril, desde o Chemin des Dames até ao Marne, em Maio, no Matz, em Junho, e finalmente em Champagne, a 15 de Julho. Os alemães perderam a situação ofensiva e, desta vez, a sorte mudou de lado. Foch, que agora dispunha de 16 divisões norte-ameri- canas do general Pershing, lançou uma série de contra-ofensivas em Villers- -Cotterêts, a 18 de Julho, na Picardia, a 8 de Agosto, e desde o rio Mosa até ao mar, em Setembro, brigando os alemães a baterem em retirada em Gand, Cambrai e Sedan. A 4 de Novembro, Hindenburg, que se separou de Ludendorff, viu-se constrangido a ordenar a retirada geral para o Reno e a pedir aos Aliados, no dia 7, um armistício, o qual foi assinado no dia 11 em Rethondes, depois de abdicação de Guilherme II.
VITÓRIA NOS BALCÃS E NAS OUTRAS FRENTES: Franchet d'Esperey, colocado em Junho à frente do comando dos exércitos aliados do Oriente (franceses, sérvios, gregos, ingleses e italianos), encetou uma ofensiva decisiva na Macedónia, em 15 de Setembro. Depois de obrigar a Bulgária a pedir o armistício, a 29 de Setembro, as sua forças entraram na Roménia e ameaçaram a Turquia e a Áustria. Estremecida inclusive pela vitória italiana de Vittorino Veneto, a 24 de Outubro, a Áustria assinou o armistício em Pádua, a 3 de Novembro. A dupla monarquia foi destituída: húngaros e tchecos declararam a sua independência, enquanto em Viena o imperador Carlos abdicava e era proclamada a República da Áustria, sendo a sua anexação à Alemanha recusada pelos Aliados. Na Palestina os ingleses tomaram a ofensiva, em Setembro, e apoderaram-se de Beirute, de Damasco e de lepo, a 25 de Outubro. No dia 30, os turcos tiveram de assinar o armistício de Mudros. Finalmente, a 14 de Novembro, os alemães depuseram as armas na África oriental. Em 1918, os Aliados, que haviam adoptado um sistema lento mas seguro de comboio de navios, puderam lutar com mais eficácia contra os U-Boot alemães. Embora estes afundassem mais de 2,7 milhões de toneladas de navios aliados, não puderam impedir o transporte, para a França, de 2 milhões de soldados norte- -americanos. Cento e setenta e seis submarinos alemães foram entregues aos Aliados, enquanto a frota de alto-mar alemã foi conduzida a Scapa Flow, onde foi posta a pique em 21 de Junho de 1919.
|
Transcrito por:
José Nogueira dos Reis
|
|
Santa Eugénia
5070-411
Ciências auxiliares da História.
Alegoria à História
1. Noções gerais
CONCEITO.
O objecto das ciências auxiliares da História é todo e qualquer indício dos actos e condições de vida dos homens no passado. Em comparação com a ciência histórica em geral, as ciências auxiliares da História ocupam, de acordo com o seu objecto, posição secundária. Há quem tenha tentado substituir este conceito de ciências auxiliares pelo de ciências básicas, pois que o conhecimento histórico só é possível a partir dos vestígios que nos ficam dos tempos antigos ou seja a partir das fontes. este conceito de ciências básicas da História acentua a sua importância como parte essencial da História e não como "auxiliares" que a História poderia eventualmente dispensar.
Às ciências básicas da História cabe, não o ocuparem-se do material histórico por ele próprio, mas sim ordenar esse material - em si mesmo sem vida -, descobrir novas fontes com base nas quais se possam deduzir novas certezas históricas.
ESTRUTURA.
Como ciências das fontes do conhecimento histórico, todas as ciências auxiliares, e portanto também as fontes, podem distribuir-se por três grupos, conforme dizem respeito a textos, a objectos ou a factos.
TEXTOS (Fontes escritas).
A decifração e ordenação dos escritos antigos compete em geral à paleografia. De acordo com a distribuição dos textos segundo a sua forma externa surgem a papirologia, a epigrafia, a codicologia. Igualmente se podem distribuir as várias fontes de acordo com a sua forma interna. Assim, a diplomática ocupa-se há já longo tempo dos documentos; de constituição recentíssima é a chamada "publicística histórica", que não se apresenta ainda sistematicamente organizada.
OBJECTOS.
A moedas, os selos e os brasões são há séculos objecto da numismática, da esfragísitica e da heráldica. Por outro lado, os monumentos jurídicos, entre eles muito particularmente os símbolos de soberania, só recentemente foram considerados fontes históricas; correspondem-lhe respectivamente a arqueologia do direito e a insignologia.
Poderão igualmente ser consideradas ciências auxiliares o estudo do vestuário, da alimentação, da casa, dos divertimentos, etc., que constituem capítulos da chamada "vida quotidiana.
Por seu lado, a iconografia começa a debruçar-se sobre as obras de arte, encarando-as como fontes históricas. O ambiente físico e humano, na sua interacção, constitui, por seu vez, objecto de estudo da geografia histórica.
FACTOS OU CIRCUNSTÂNCIAS (-> Fontes, generalidades).
Em primeiro lugar, não são objecto das ciências históricas, mas sim das ciências sistemáticas: a jurisprudência e a teologia ocupam-se das instituições, a sociologia e a etnologia dos costumes e do comportamento dos povos, a economia política dos vários aspectos económicos, a filologia dos idiomas, e assim por diante. É evidente que o conhecimento abrangido por todos estes campos do saber não só é útil como muitas vezes indispensável à boa compreensão dos fenómenos do passado. Deste modo as ciências sistemáticas, principalmente as suas disciplinas históricas (História do Direito, História da Igreja, História das Línguas, História Social, História Económica, etc.), são também ciências auxiliares da História. Os que a elas se dedicam debruçam-se sobre as mesmas fontes que os historiadores, encarando-as embora de perspectiva diferente perspectiva que deriva da sistemática da sua ciência própria.
De maior amplitude dentro das ciências auxiliares da História são a cronologia e a metrologia. Correspondendo embora a determinados grupos de fontes (aos calendários e padrões antigos), o certo é que a sua verdadeira tarefa não consiste apenas na exploração desses elementos, mas sim em reconstituir a estrutura métrica por meio da qual no passado os homens dividiam o tempo e o espaço. Indirectamente a cronologia e a metrologia esclarecem muitos problemas de outras fontes.
Cabe mencionar também a genealogia, cujo objecto não é determinado grupo de fontes (as velhas árvores genealógicas), mas o próprio homem. Não se esgota na comprovação de descendências, sendo actualmente praticada, ao mesmo tempo, como estudo de pessoas e de populações, e em certos casos até como antropologia. Por isso se torna tão evidente na genealogia a ligação entre as ciências auxiliares da História e a própria História no seu sentido geral. <P
HISTÓRIA.
Entre as ciências auxiliares da História, algumas há de longa tradição, que remonta até à Antiguidade (genealogia) ou à Idade Média (heráldica) A paleografia, a diplomática, com a esfragística e a cronologia, foram fundadas pelo beneditino francês Jean Mabillon (1642-1707), «não sendo certamente por acaso» que a sua actividade «coincide com o desabrochar das ciências exactas» (Largiader). Essas ciências propunham-se todavia, de início, finalidade imediata, nomeadamente jurídica, como fosse a prova de certos direitos em relação a determinado objecto ou a determinada qualidade permanente. Com precursores no século XVIII, estas disciplinas jurídicas foram pela primeira vez denominadas «ciências auxiliares da História» em 1802 por J. G. Fessmaier, ao mesmo tempo que - e não se trata novamente de acaso - se perdiam muitas das reivindicações jurídicas que com a sua ajuda se tinham fundamentado (Constituição da Confederação do Reno).
Assim, estas disciplinas ganharam novo sentido; em vez de servirem a provas jurídicas, enriquecem agora o conhecimento histórico.
Ao seu dispor encontra-se, como é natural, número imenso de fontes. Verificou-se no século XIX graças a figuras como Theodor v. Sickel (1826-1908), Julius Ficker (1828-1902) e L. v. Traube (1861-1907) extraordinário desenvolvimento das ciências auxiliares da História, a que logo após a primeira guerra mundial se seguiu certo desinteresse, ainda que não total, visto ter-se assistido à formação de algumas novas ciências auxiliares. E. Bernheim definiu as ciências auxiliares como disciplinas «necessárias ao uso diário de quem trabalha em especialização histórica». Assim, por exemplo, a papirologia e a geografia histórica, como a recentíssima publicistica histórica, que se acha apenas esboçada, têm hoje para a investigação valor prático superior ao da heráldica ou da esfragística. Apesar disso, como muito bem salientou Brandt, o velho cânone das ciências auxiliares pouco se modificou em relação ao que era no século XVIII. Este desencontro entre a teoria e a prática a par da já mencionada passagem de finalidade a meio esclarece por que motivo as ciências auxiliares da História, longe de. despertarem interesse, têm sido consideradas como expoente máximo de erudição num sentido pejorativo. A prova irrefutável de que são no entanto a verdadeira base da História está no extraordinário alargamento dos seus métodos e no número cada vez maior de fontes que abrangem.
História - texto Enciclopédia Meridiano // Fischer, vol. 3 págs. 52 a 56
Transcrito para este site po:
José Nogueira dos Reis |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|